O ILSI - International Life Sciences Institute - é uma organização mundial sem fins lucrativos e de integração entre academia, indústria e governo. Sua missão é estimular a discussão e aplicação da ciência em temas que visam a melhora da saúde e do bem-estar público e preservação do meio ambiente. Possui sede nos Estados Unidos e 16 unidades espalhadas pelo mundo.
Perguntas Frequentes
O ILSI é uma federação global de entidades sem fins lucrativos, unida por políticas e objetivos comuns de participação em parcerias público-privadas científicas em todo o mundo. As entidades do ILSI se envolvem com cientistas da academia, agências e instituições governamentais e da indústria para promover a ciência da nutrição e segurança alimentar para melhorar a saúde pública. As entidades ILSI recebem apoio em espécie de tempo e conhecimento de cientistas acadêmicos, governamentais e não governamentais voluntários. A estrutura de associação de cada Entidade ILSI é única e reflete os requisitos legais locais e outras condições. No Brasil, os associados são empresas do setor alimentício, agrícola, farmacêutico e biotecnológico.
O ILSI é governado por seu Conselho Científico e de Administração (CCA). O estatuto do ILSI exige que pelo menos metade do CCA seja do setor público. O CCA é responsável por definir e aplicar as políticas organizacionais e garantir a integridade científica e a transparência financeira. No Brasil, é formado por 50% +1 membros voluntários do setor público.
Ao contrário das associações comerciais, o ILSI não pressiona ou expressa posições explícitas sobre a legislação. As políticas obrigatórias do ILSI proíbem expressamente atividades de lobby de qualquer tipo.
O ILSI defende o uso da ciência na tomada de decisões que afetam a saúde humana e ambiental, mas não faz recomendações de políticas nem procura influenciar os resultados legislativos para uma decisão específica.
Perspectivas diversas fortalecem a pesquisa. O engajamento e o debate multissetorial do ILSI resultam em uma ciência mais credível. Devido à estrutura de parceria público-privada exclusiva do ILSI, suas entidades são capazes de preencher lacunas de conhecimento e servir a sociedade de maneiras que qualquer organização sozinha não pode. O ILSI sustenta que toda ciência deve ser julgada pelos méritos do desenho do estudo, metodologia e validade das conclusões, independentemente da fonte de financiamento.
10 principais fatos sobre o ILSI
1. O ILSI não faz lobby e não procuramos influenciar indivíduos, posições e / ou políticas específicas.
2. O ILSI proíbe explicitamente a defesa dos interesses comerciais de nossas empresas membros ou de outras partes.
3. O ILSI é uma organização de interesse público, sem fins lucrativos, que recebe a maior parte de seu financiamento de empresas de diferentes setores*. Esse financiamento é agrupado e cientistas da academia, governo e indústria trabalham juntos para identificar e solucionar as lacunas de conhecimento. No Brasil o financiamento é exclusivamente pelas empresas.
4. O modelo operacional multissetorial do ILSI é projetado especificamente para que nenhum interesse domine. As decisões sobre nossos esforços exigem representação e concordância de cientistas do governo, acadêmicos e da indústria.
5. O ILSI apresenta pesquisas pré-competitivas que informam ações de outros cientistas.
6. O ILSI abraça um diálogo respeitoso sobre segurança alimentar, nutrição e saúde, ciência de risco e toxicologia e agricultura sustentável de partes interessadas com perspectivas variadas do governo, da academia e da indústria.
7. O ILSI se orgulha de sua ciência. Descrições de projetos e impacto podem ser encontradas na seção "Ciência e pesquisa" do site da global.
8. O ILSI tem o compromisso de alcançar e manter a integridade científica por meio de nossos Princípios de integridade científica, encontrados em nossas políticas obrigatórias.
9. O ILSI sabe que as parcerias público-privadas são importantes porque diversas perspectivas fortalecem a pesquisa. O engajamento e o debate multissetorial do ILSI resultam em uma ciência mais credível. Por causa da estrutura exclusiva do ILSI, suas entidades são capazes de preencher lacunas de conhecimento e servir a sociedade de maneiras que qualquer organização sozinha não pode. O ILSI sustenta que toda ciência deve ser julgada pelos méritos do desenho do estudo, metodologia e validade das conclusões, independentemente da fonte de financiamento.
10. A pesquisa deve ser factual, transparente e projetada objetivamente e, de acordo com os princípios aceitos da investigação científica, o design da pesquisa gerará uma hipótese formulada de maneira apropriada e a pesquisa responderá às perguntas apropriadas, em vez de favorecer um resultado específico.
* O ILSI Research Foundation é financiado por doações que recebe de organizações dos setores público e privado. Ao contrário das filiais nacionais e regionais do ILSI, não é uma organização baseada em membros.
Percepções equivocadas
O ILSI foi caracterizado de maneira imprecisa como defensor dos interesses do tabaco nos anos 80. Essa caracterização começou com um memorando da OMS e foi enriquecida ao longo dos anos por outros autores e publicações. Embora essa alegação geral tenha sido repetida com frequência, nem o memorando da OMS e nenhum crítico do ILSI identificaram um único caso em que o Instituto contatou funcionários de organizações ou governos internacionais em nome de empresas de tabaco; nem participação do ILSI em relações públicas ou outras campanhas a favor dos produtos do tabaco. A fonte original da alegação relacionada ao tabaco é um memorando de sete páginas, assinado e não revisado por pares, publicado no site da OMS em 2001 pela Iniciativa Sem Tabaco da OMS. O memorando criticou o ILSI porque documentos internos das empresas de tabaco, obtidos em processos judiciais contra tais empresas, sugeriam que as estas estavam interessadas no trabalho do ILSI, incluindo um estudo sobre os perigos da inalação de fumaça. No entanto, nenhum estudo financiado pelo ILSI colocou em dúvida os perigos do tabagismo, como foi alegado por alguns escritores. Uma publicação do Instituto contém três (de um total de 33) capítulos que abordam o tabaco. Dois desses capítulos demonstraram, inequivocamente, que o fumo passivo tem efeitos adversos na infecção respiratória e na função pulmonar, especialmente em crianças, e que dados epidemiológicos mostram um “aumento estatisticamente significativo no risco de câncer de pulmão de cerca de 40%” para não fumantes casados com fumantes. O terceiro capítulo não abordou o risco, mas comparou os pontos fortes e fracos dos modelos de estudo para avaliar o risco. Como o ILSI observou, em uma carta de 2002 ao American Journal of Public Health, “há poucas dúvidas de que a indústria do tabaco tenha se engajado em uma variedade de táticas para frustrar os esforços de saúde pública”, mas “como uma organização científica, o ILSI lamenta essas táticas e é fortemente contra qualquer tentativa de distorcer e manipular a ciência”. Para obter uma declaração atual da posição oficial do ILSI, de longa data, sobre os perigos do tabaco, consulte a Declaração do ILSI sobre produtos de tabaco e empresas que as produzem e vendem.
Em 2015, o Conselho Executivo da Assembleia Mundial da Saúde encerrou o status de ILSI como uma ONG credenciada junto à Organização Mundial da Saúde (OMS). O motivo apresentado pelo Conselho Executivo da OMS não foi, como já foi afirmado por alguns, que o ILSI estava muito próximo dos interesses das indústrias. Em vez disso, o Conselho Executivo da OMS fundamentou o fato de que a ITC, uma empresa indiana cuja divisão de alimentos era membro do ILSI na Índia, também possuía outras divisões que fabricavam e vendiam produtos de tabaco. Esses setores não-alimentares da ITC não tinham qualquer relação com o ILSI Índia, visto que o Instituto não se envolvia em atividades relacionadas ao tabaco. Além disso, meses antes da decisão do Conselho Executivo da OMS, o ILSI alterou seu estatuto para desqualificar a associação às entidades ILSI de qualquer empresa cuja subsidiária, controladora, ou co-divisões estivessem envolvidas na fabricação, venda ou distribuição de produtos de tabaco. Embora o ILSI tenha chamado essa decisão à atenção da OMS antes da decisão do Conselho Executivo, o Conselho decidiu encerrar o status de ONG do ILSI, alegando que não havia evidências de que o Instituto houvesse implementado sua decisão. Embora o ILSI pudesse ter fornecido tais evidências, o Conselho Executivo da OMS não ofereceu essa oportunidade.
Não ter o status de ONG não atrapalhou o relacionamento colaborativo de longa data do ILSI com a OMS, segundo o qual ambos os órgãos acordaram planos de trabalho anuais, e o ILSI forneceu recursos para apoiar atividades de interesse mútuo tanto para o Instituto como para a OMS, que continuou disposta a aceitar o apoio do ILSI. No entanto, em 2016, o Conselho de Administração do ILSI votou para se retirar das atividades com a OMS, enquanto a OMS decidiu e implementou, a então pendente, Estrutura de Engajamento com Atores Não Estatais. Um funcionário da OMS informou ao ILSI que, se a Estrutura fosse adotada e o ILSI continuasse engajado em atividades com a OMS, a OMS provavelmente caracterizaria o ILSI como uma associação comercial, pois o Instituto recebe a maior parte de seu financiamento da indústria. O funcionário da OMS indicou que, ao classificar o ILSI, a OMS não levaria em consideração as medidas tomadas pelo ILSI para garantir que suas atividades atendessem ao interesse público. O ILSI não estava disposto a aceitar o que considerava uma falsa categorização pela OMS. Por esse motivo, o Conselho do ILSI decidiu encerrar seu relacionamento com a OMS, pelo menos temporariamente.
Quando um cientista atua no Conselho de uma entidade ILSI, participa de um comitê científico ou se envolve em outras atividades do Instituto, ele serve em capacidade individual, não como representante de sua(s) organização(ões). Esses representantes atuam como especialistas voluntários não remunerados do ILSI e têm suas principais funções profissionais fora da entidade. Normalmente, tais cientistas não representam o ILSI quando participam de atividades não-ILSI. No entanto, nas raras ocasiões em que eles representam o ILSI em reuniões de terceiros, o Instituto espera que eles declarem claramente seu status de representante e cumpram as regras de transparência estabelecidas por esses terceiros.
Dr. Alex Malaspina, fundador do ILSI e ex-executivo da Coca-Cola, deixou de ser membro administrativo, executivo ou representante de qualquer natureza do Instituto em 2001. Ele não possui nenhuma posição dentro da Entidade e quaisquer comentários feitos por sua pessoa, são feitos como cidadão público, aposentado, e sem autoridade ou influência nas ações do ILSI.
O Comitê Executivo do Conselho Científico e de Administração do ILSI suspendeu a afiliação do ILSI México em 2 de novembro de 2015, por participar de atividades que pareciam apoiar a revogação do imposto sobre bebidas açucaradas do México [comunicado à imprensa]. Conforme refletido nas atas da reunião do Comitê Executivo, o ILSI impôs a suspensão visto que suas políticas proíbem explicitamente o envolvimento em atividades comerciais ou de lobby. O ILSI México foi reintegrado em 12 de julho de 2016, depois de cumprir os requisitos do Código de Ética do ILSI e revisar o Conselho de Administração existente, dentre outras ações para evitar uma recorrência da situação anterior. Por fim, o ILSI México nunca conseguiu se recuperar da suspensão e, em 10 de outubro de 2019, cessou as operações. As atividades futuras do ILSI no México serão realizadas pelo ILSI Mesoamérica.
Em 3 de junho de 2019, a Dra. Sarah Steele (Departamento de Política e Estudos Internacionais da Universidade de Cambridge) e colegas publicaram um artigo na Globalization and Health intitulado “Are industry-funded charities promoting ‘advocacy-led studies’ or ‘evidence-based science?’: a case study of the International Life Sciences Institute. Os autores desse artigo, inicialmente, alegaram (incorretamente) que o ILSI havia punido o ILSI México, pois o segundo não seria suficientemente favorável aos interesses do setor privado. O ILSI, subsequentemente, apontou para a revista que os autores haviam interpretado mal o comunicado de imprensa do ILSI sobre a suspensão, e que a sanção da suspensão havia sido para punir a advocacia legislativa realizada pela entidade mexicana. Após considerar as atas da decisão do Comitê Executivo sobre a suspensão, a revista emitiu a seguinte correção formal: A revista determinou que houve má-interpretação na correspondência referente à entidade ILSI México e, portanto, emitiu uma correção formal.
Imprensa
Declaração do ILSI sobre produtos de tabaco e empresas que os produzem e vendem (8 de janeiro, 2019)
Resposta do Ponto Focal ILSI na China ao BMJ and Journal of Public Health Policy (11 de fevereiro, 2019)
Iniciativa de mudança de governança (21 de maio, 2019)
Globalization & Health (6 de junho, 2019)
Resposta ao The New York Times (18 de setembro, 2019)
Resposta ao O Joio e o Trigo (16 de setembro, 2020 e 12 de março, 2021)
The Intercept Brasil (12 de março, 2021)
Resposta ao O Joio e o Trigo (5 de julho, 2021)