Culturas OGM no Brasil
O Brasil é, há muitos anos, o país com a segunda maior área plantada com cultivos geneticamente modificados (transgênicos) no mundo. Esses cultivos foram iniciados no final do século 20, cercados por uma falsa polêmica que infelizmente sedimentou na população leiga a noção de que as plantas transgênicas são equivalentes a “agrotóxicos” (um termo por si só já problemático), e, portanto, prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente. A leitura deste livro, que reúne informações sobre todas as plantas transgênicas autorizadas para plantio comercial no Brasil até 2022, demonstra de forma clara que essa noção não é apenas incorreta — é altamente prejudicial à população e à economia brasileira. Apesar do suposto sucesso da campanha anti-trânsgênicos, mais de 90% da área plantada no Brasil com diversas culturas agrícolas de grande importância econômica, como o algodão, o milho e a soja, são ocupados com plantios transgênicos, porcentagem que vem se mantendo constante há quase 20 anos. A legislação brasileira de biossegurança é uma das mais rigorosas do mundo. Antes da liberação comercial, as cultivares transgênicas passam por análises minuciosas em termos de segurança para o consumo humano, efeitos em organismos não-alvo e no meio ambiente.
Portanto, não é surpresa que nunca tenha ocorrido um único relato de efeito negativo na saúde humana e no meio ambiente devido ao plantio e consumo de alimentos derivados de plantas transgênicas no Brasil ou em qualquer outro país. Os autores deste livro são todos especialistas em biotecnologia vegetal que trabalham em instituições públicas, com um conhecimento técnico profundo das questões que envolvem a obtenção de plantas transgênicas e do arcabouço regulatório atualmente em vigência no Brasil. Este livro deveria ser leitura obrigatória para todos que desconhecem os benefícios que os cultivos transgênicos trouxeram, e continuam trazendo, à agricultura brasileira.
F. Murilo Zerbini
Eng. Agrônomo, Ph.D. em Fitopatologia/Virologia Vegetal
Professor Titular – Dep. de Fitopatologia, Universidade Federal de Viçosa
Ex-membro da CTNBio (2009-2011)
