Café da manhã com palestra: Proteínas Vegetais

Proteínas vegetais na nutrição clínica e esportiva
São Paulo, Brasil
26/06/2019

Palestrantes falaram de seus principais benefícios na nutrição clínica e esportiva

O ILSI Brasil, por meio da Força-Tarefa Alimentos Funcionais, promoveu o café da manhã “Proteínas vegetais na nutrição clínica e esportiva”. O Professor Franco Lajolo, coordenador científico da FT, mediou as palestras, ministradas por Bárbara Peters, Nutricionista e Professora Colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Nutrição em Saúde Pública da FSP/USP; e Hamilton Roschel, PHD, Professor e Doutor da Escola de Educação Física e Esporte da USP. As palestras abordaram técnicas de avaliação de qualidade de proteínas e seus principais benefícios. O evento aconteceu no restaurante Fleming’s, em São Paulo, na quarta-feira, 26 de junho.

Compostos orgânicos de grande importância para a saúde humana, as proteínas estão presentes na formação de células, hormônios e anticorpos. Na nutrição esportiva, são diretamente associadas à recuperação muscular, que é o principal benefício para atletas de média e alta performance. O Dr. Hamilton Roschel desmistificou alguns achismos sobre o tema, como o momento ideal para ingestão de suplementos proteicos em práticas esportivas. “A proteína leva 24h para ser digerida dentro do nosso organismo. Há divergências sobre sua ingestão antes ou depois de um treino, mas, no fim, não há diferença. Ambas funcionam da mesma forma, levando em consideração seu tempo de digestão e o tipo de proteína”, complementou. Roschel apontou, ainda, o benefício do uso da proteína na recuperação muscular da população idosa. Com o tempo, nosso corpo vai reduzindo a capacidade desta recuperação. As proteínas são grandes aliadas para manter o equilíbrio desta perda natural.

Em apresentação de estudos realizados com grupos com dietas diferenciadas, Roschel apontou dados que mostram que a quantidade ingerida de proteína deve ser equilibrada com outros compostos, levando em conta que o corpo tem um limite de digestão e aproveitamento dos benefícios. Ou seja, a quantidade ingerida não está diretamente ligada à sua absorção. O chamado potencial anabólico máximo é o que rege a quantidade ideal de ingestão diária, que deve ser bem distribuída em todas as refeições, independente da fonte proteica. “Se quantidades suficientes de proteína são oferecidas, a fonte não parece desempenhar um papel modulador nas respostas ao treinamento”, finalizou.

Já a Dra. Bárbara Peters, que palestrou sobre o uso da proteína em nutrição clínica, apontou os principais desafios do setor, como a escolha da fonte de proteínas vegetais, principalmente em substituição a proteínas de fontes carnívoras em dietas veganas, sendo recomendadas por vários institutos de saúde e órgãos governamentais. Existem diversas fontes vegetais de proteínas, como batatas, aveia, quinoa, grãos de bico, por exemplo. A proteína isolada da soja, entretanto, é a de melhor qualidade, com benefícios mais ricos ao organismo. Há estudos que encontraram, inclusive, relação positiva de seu consumo na microbiota intestinal com a saúde hepática.

 

A qualidade de uma proteína pode ser avaliada por dois métodos químicos: o Protein Digestibility Corrected Amino Acid Score (PDCAAS) e Digestible Indispensable Amino Acid Score (DIAAS). O PDCAAS é o método mais completo e utilizado por especialistas, como apontou Bárbara. “Vale ressaltar que, para comparar dois tipos de proteína e saber qual é a de maior qualidade, é necessário que sejam avaliados pelo mesmo método para garantir resultados mais precisos”, completou. Ela lembrou, ainda, que a qualidade de uma proteína é medida por dois fatores:  a composição por todos os aminoácidos essenciais e sua boa digestibilidade.